sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

"Um dia" David Nicholls

Ano: 2006

My rating: 4 of 5 stars 

Não foi só 1 dia, foram 7 bem passados numa ilhota das Maldivas mas foi “One Day” o livros destas férias. “Só um livro!?” (Já oiço o desespero) Sim, foi mesmo só um livro porque o Snorkeling subiu-me à cabeça e pôs-me durante horas de rabo para o ar, cara dentro de água e olhos esbogalhados para os corais a mirar peixes que nem uma stalker com fetiche por escamas coloridas.
O “One Day” estava na pilha daqueles livros “ando para ler há séculos” e era um entre as dezenas que levei no Nook para ler, mas quando encontrei uma cópia na biblioteca do Hotel, deixei o electrónico e decidi a ir com o papel! (Há algo irresistivel em ler livros usados...) Era um sinal dos Deuses das férias e Boas leituras: aquele era o meu livro. Posso dizer sem dúvida que os primeiros capítulos foram do mais perspicaz e cómico que já li há muito... pena que a coisa não continuou assim! Á mesma velocidade que o tempo vai passando na vida da Ema e do Dexter a leveza e o humor vão passando também e as angústias e desilusões tomam-lhe o lugar quase como se se tratasse de novas personagens ausentes mas constantes. Durante as horas que passei a ler, adorei este livro; ele tem tudo o que se pode encontrar numa boa história. David Nicholls conseguiu mais uma fã mas há algo que tenho de discordar com ele: crescer não tem de ser uma tragédia nem as perdas maiores do que os ganhos. O livro fala dos 20 anos que se seguem ao dia que o Dexter e a Emma terminam a faculdade, segue-se a história de ambos que na minha perspectiva apenas serve de tela para retratar o crescimento, a descoberta, a mudança, alegrias, tristezas, conquistas e derrotas que fazem parte da vida de qualquer pessoa e os levam de jovens estudantes a adultos (mais ou menos sadios dependendo do caminho até lá) É este caminho que discordo da forma como o autor o retratou... há sempre uma tristeza no ar, um fantasma de falhanço, uma melancolia amarga pelo passar dos anos; as personagens só parecem crescer / avançar pelas perdas e não por vitórias... quero acreditar que não sou a única a pensar que não há coisas boas apenas nos anos ingénuos da infância ou nos sonhadores da juventude, que ser adulto não é assim tão mau nem tão trágico quanto por vezes parece. Afinal, nós (projectos de adultos) podemos comer sobremesa antes do jantar, fazer um jantar de gomas, chocolates e batatas fritas, ficar a ler e a ver filmes até de madrugada, beber álcool até cair, ignorar a lógica da palhinha, soprar e pôr o sumo a borbulhar em alto e bom som como se de um projecto científico se tratasse (nojento, sim, e daí?) Hoje é o “One Day” de ontem, e porque nunca sabemos se teremos o de amanhã, é melhor aproveitar e dar cabo do desgraçado até ao último minuto! Liliana

1 comentário:

  1. Eu também muito do livro e fartei-me de chorar com o raio do filme. Simplesmente adoro a Anne Hathaway.
    Mas o outro livro dele, credo. :(

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